Neste Dia do índio, o Departamento de Imprensa entrevistou o Cacique Natalino de Almeida Peres (43), líder do acampamento indígena Atý Mirý na comunidade de Base Náutica. Chefe de Divisão de Distribuição e Entrega na Secretaria de Assistência Social, Natalino explica: o que é ser índio na atualidade.
“Eu nasci em 1978, sou natural de Foz do Iguaçu. Depois que a aldeia de São Miguel do Iguaçu foi fundada, nos mudamos para lá e desde 2015 estamos em Itaipulândia. Foi necessário se mudar porque havia pouca terra para 700 famílias em São Miguel, não era o suficiente para sobreviver.
As pessoas pensam que o índio é apenas “arco e flecha”. Mas não. A terminologia avança e a gente também avança com ela. Agora, temos mais oportunidades para estudar e trabalhar. Somos pessoas inteligentes, presentes em várias profissões, há indígenas advogados, liderando governos…
Para mim, preconceito é para pessoas fracas. Eu acho que pessoa inteligente e estudiosa não tem preconceito contra a população indígena. São pessoas sem cultura. Eu penso que é preciso ter mais igualdade social no Brasil.
Cada líder tem sua personalidade, e eu sempre me dei muito bem com a comunidade de Itaipulândia. É muito bom ter o acesso aos secretários e à prefeita para dialogar quando há necessidade de pedir por algo para a nossa aldeia.
Só tenho a agradecer à população de Itaipulândia por acolher as nossas famílias, a gente sabe que foi difícil no começo, houve estranhamento, mas hoje nossos jovens trabalham nas fazendas no fumo, nos aviários, temos excelentes vizinhos, isso é muito bom para nós.” – finaliza
Da assessoria